5 Tendências do Mercado Contábil para os anos de 2021 à 2031
Autor: conteudo | 08/06/2021O mercado contábil está em constante transformação. Evolução de métodos, práticas, inovações e implementação de tecnologias ao exercício da contabilidade entre tantos outros processos que passaram a fazer parte desse universo.
Não podemos negar que com essas mudanças, muitos profissionais acabam ficando perdidos, principalmente pela velocidade em que passamos por essa transição. Na era tecnológica que vivemos, é tudo muito rápido e realmente fica difícil de acompanhar.
Mas, mesmo diante desse cenário de constantes movimentações, é possível identificarmos algumas tendências desse mercado. Devido às nossas experiências e aos constantes estudos mercadológicos, nós conseguimos fazer uma lista de possíveis tendências da contabilidade num período de 10 anos.
Confira a lista abaixo e veja o que pode acontecer e se solidificar de 2021 à 2031.
01. Simplificação tributária e diminuição dos custos com burocracia
Não é novidade para ninguém que o Brasil mantém um dos piores sistemas tributários do mundo. Contudo, é importante discutirmos e resolvermos esse assunto, dado os desafios que teremos nesta década para recuperar o fôlego da nossa economia.
Na prática, não acreditamos que conseguiremos ver os efeitos reais de uma reforma tributária ainda nesta primeira metade da década. No entanto é possível ver com otimismo a participação mais efetiva da nossa classe frente a mudanças que trarão simplicidade para a rotina das empresas.
O impacto dessa simplificação para o mercado contábil é claro: menos horas gastas com obrigações acessórias. Isso naturalmente forçará os contadores a cobrarem honorários cada vez mais baratos para cumprirem especificamente esta função.
Países como os EUA, Canadá, Austrália e alguns países europeus expõem essa tendência. Podemos notar o próprio setor financeiro ou de backoffice das empresas cuidando de assuntos fiscais e trabalhistas, não demandando de um escritório terceirizado para esse fim.
2. Surgimento de escritórios mais especialistas
Apesar do tópico anterior, os assuntos fiscais e tributários ainda são complexos e os escritórios de contabilidade ainda serão muito demandados para cuidar dessas funções pelos próximos 5 anos, porém de forma mais especialista, e não generalista, como é hoje.
Isso significa que teremos cada vez mais negócios contábeis nichados em um segmento específico de mercado, com completo domínio sobre a legislação e as particularidades deste setor.
Isso fará com que o escritório contábil seja uma verdadeira escola de especialistas tributários que, eventualmente, serão assediados por empresas do segmento em questão e uma grande parcela desses profissionais migrarão do escritório para a empresa.
3. Associações, fusões e aquisições mais frequentes
Segundo dados do sistema CFC, atualmente existem quase 75 mil organizações contábeis registradas no Brasil. Para esta década, este volume vai diminuir. Se vamos a um centro comercial da capital hoje, temos quase um escritório contábil por andar.
Importante dizer: Todos pequenos e concorrentes entre si. Os contadores de cada negócio mal se falam.
Ao invés disso, para os próximos anos teremos um único negócio contábil por região, com vários contadores associados. Assim como nas firmas de advocacia e nas grandes empresas de consultoria e auditoria, teremos subnúcleos especializados em cada assunto: tributário, trabalhista, estratégico, consultivo, financeiro, controladoria, e por aí vai.
Portanto, teremos menos escritórios contábeis atendendo a carteiras pequenas de 10 a 20 clientes, e mais escritórios estruturados, com uma equipe maior e mais capacitada, atendendo a carteiras com mais de 100 empresas.
Esse movimento de aquisição, fusão ou incorporação é uma tendência não só para os escritórios contábeis, como também para todas as empresas que fazem parte desse ecossistema.
4. Fim definitivo da barreira geográfica
Nas últimas décadas, um pequeno escritório contábil só podia vislumbrar em atender empresas do seu bairro e região, bem como contratar apenas profissionais locais. Essa realidade, no entanto, tende a se transformar rápida e definitivamente, sobretudo com a adoção do home office devido à flexibilidade maior na contratação de profissionais da área.
2020 foi o ano que provou não ser obrigatório fazer uma reunião presencial para discutir sobre algum assunto importante com o cliente, e isso deu aos contadores mais autonomia para prospectar e manter clientes em regiões mais distantes.
No início desse ano, uma quantidade impressionante de empresas assumiram de forma permanente o home office. Esse tópico, inclusive, corrobora com o tópico anterior, quando teremos escritórios contábeis de diferentes regiões se unindo e se tornando negócios únicos, com atuação menos local e mais global.
5. Mais valorização da Contabilidade como Ciência
Nunca se falou tanto em ciência como nesse último ano, por conta da pandemia, vacina, vírus, etc. O conteúdo de estudos e evidências científicas relevantes sempre foram publicados em revistas ou portais de pouco conhecimento da grande massa e esteve restrito a grupos de pesquisadores que “falam difícil e não se entendem entre si”.
E esse assunto acabou gerando discussões acaloradas sobre o que é e o que não é “ciência de verdade”. Isso abriu brecha para que outros grupos se empoderassem da palavra “Ciência”, e aproveitando-se da falta de conhecimento da população, criaram movimentos, teorias, cursos e uma indústria inteira que difunde informações que não tem, de fato, nenhuma validação científica. É a chamada pseudo-ciência.
Mas uma coisa esse grupo conseguiu fazer muito melhor do que os “cientistas de verdade”: dialogar com as pessoas, através de uma linguagem mais acessível, mais empática e de fácil entendimento. Ter que ler mais de uma vez o mesmo parágrafo de um CPC não é normal. Interpretar um CPC completo pode até atribuir a você um nível de conhecimento superior aos demais, mas isso só te torna inacessível.
Isso não é ciência.
Dito isso, levar a Contabilidade como Ciência para a grande massa está exatamente sujeita a esse desafio da comunicação, da linguagem simplificada e do acesso democrático a esse conhecimento.
Por anos a Contabilidade ficou taxada como sendo algo difícil, inútil e chato demais, cheia de sopa de letrinhas e de conceitos que fundem a cabeça de quem mais deveria entender do assunto: os gestores das empresas.
A linguagem da Contabilidade não precisa ser difícil. Isso não é prerrogativa para que ela se torne uma ciência. A ciência é democrática. Ela é simples. Aplicável ao cotidiano. E ela definitivamente não é teórica. Ela é baseada em experimentação. Sentida. Vivida.
E então, concorda com as nossas previsões? O que você acha que vai acontecer neste mercado pelos próximos 10 anos? Deixe seu comentário e compartilhe esse artigo em suas redes sociais. Até a próxima!